O Conselho Tutelar do município de Ribeira do Pombal, na região Nordeste da Bahia, descartou a possibilidade de devolver ao convívio da mãe a garota de 10 anos que engravidou após sofrer abuso sexual do padrasto por dois anos.
A menina segue em uma casa de acolhimento enquanto conselheiros procuram um parente com condições de assumir a guarda da criança. É consenso entre conselheiros, professoras e polícia que a mãe da menina, Luciene Félix de Santana, 42 anos, tem problemas mentais.
Exames ainda vão determinar o tempo exato de gestação e qual o melhor procedimento: o aborto ou a continuidade da gravidez. A estimativa é que o feto esteja entre o terceiro e o quatro mês de desenvolvimento. Para a interrupção da gravidez é necessária autorização judicial.
Depoimentos
A reportagem conversou com a mãe da garota e o companheiro acusado do estupro, Edson Santos Andrade, 39 anos. A mãe confessou que o crime ocorria desde que os dois começaram a viver juntos, há dois anos. “Eu falava para ele não fazer, mas ele ameaçou me bater”.
Edson disse que “não estuprou a criança, mas confessou que manteve relação sexual com ela uma vez. Ele tentou responsabilizar a criança, dizendo que ao ver a relação do casal ela quis participar (a residência tem apenas um quarto, com duas camas).
No entanto, vizinhos, a mãe e a própria vítima contaram que as ocorrências vêm desde 2009. “Agora que a história foi revelada, os vizinhos disseram que ouviam gritos da menina. Mas nunca tomaram atitude”, disse Leonor Costa, a diretora da escola onde a menina estudava.
A possível insanidade de Edson, que é analfabeto e nunca teve emprego, é questionada. As conselheiras tutelares Maiane Bastos e Eridan Reis dizem que a sedução da criança foi planejada. Ele teria comprado uma cama de casal para dormir com a enteada e exibia filme pornô para ela assistir.
Segundo a professora Leonor, em depoimento Edson teria admitido que queria engravidar a enteada, já que a mãe da garota não podia mais. Segundo as conselheiras tutelares, a menina é tão infantil que demonstra nem ter conhecimento do que está se passando.
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