quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Jegues na pista causam acidentes em estrada entre a Bahia e o Piauí

image Pedestres, carros e animais se misturam na BR-135, na Bahia

Quem passa pela BR-135, rodovia que liga o oeste da Bahia à divisa com o Piauí, precisa de atenção e sorte para não colidir com os jegues, bois e cavalos que frequentemente passeiam pela pista.

Pastando soltos entre as pequenas propriedades rurais que existem na região, eles surgem do matagal que cobre a beira da estrada, o que torna quase impossível para o motorista prever o acidente.

Dados da 10ª delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Barreiras (BA) mostram que dobrou o número de acidentes causados por animais que cruzam a BR-135: foram 43 desde 2006, sendo cinco em 2006 e 11 em 2010. Já foram três ocorrências só este ano, segundo o chefe de operações da delegacia, inspetor Santana.

“Além dos animais na pista há a falta de acostamento na rodovia, que agrava ainda mais o problema”, explica o inspetor. A presença inesperada já deixou registros de vítimas graves em diversos tipos de situação, segundo a polícia: carro que sai da pista, atropelamento do animal, capotamentos e até incêndios.

Em geral, diz Santana, é difícil achar o dono do animal ferido quando um acidente acontece. “A gente tenta ir pela marcação [de identificação do rebanho], mas quase nenhum tem”, diz. No caso específico dos jegues, a exposição ao perigo reflete o abandono dos animais, outrora queridos e úteis em todo o Nordeste: o ‘boom’ do crédito e o aumento da renda observado nos últimos anos tornou o bicho obsoleto e amplamente substituído pelas motos.

O fazendeiro abandona, deixa ele pastar sozinho, eles se reproduzem e não têm dono”, diz Santana.

O policial Clayton, que também atende a região, diz que até as melhorias feitas na estrada recentemente contribuem para o aumento da incidência de acidentes do tipo. “Antes, com buracos, todo mundo andava devagar. Agora que o asfalto está lisinho, a velocidade é maior”, diz. Informações do jornal Nova Fronteira. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo).

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